terça-feira, 16 de maio de 2023

Expresso

Poema de Jean Silveira


é indevido

teu longo vestido 

azulado


céu tecido 

de arame farpado

ante a terra


patagônia

dos montes velados

ante a terra


amazônia

dos gritos vencidos

pela selva


latifúndio

ansiado e bramido

por sem terras


domingo, 11 de outubro de 2020

Karen Chora no Ônibus

 Um filme de Gabriel Rojas Vera


Sinopse: Após dez anos de casamento, Karen (Ángela Carrizosa Aparicio) se dá conta de que a união foi um erro que custou sua juventude. Disposta a recuperar o tempo perdido, ela pede o divórcio e decide começar uma nova vida no centro de Bogotá, mas as dificuldades logo a fazem repensar suas recentes escolhas.



sexta-feira, 15 de maio de 2020

O Cerco

Poema de Alberto da Cunha Melo.


Estamos todos cercados;
e o silêncio do sonho
é nossa arma sagrada:
as pistolas e as línguas de aço
dos inimigos brilham ao sol,
e eles gritam tanto
sobre as velhas colinas,
atrás das cegas estantes,
que sabemos de tudo;
e calados ficamos,
amamos e permanecemos.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Cantos novos

Poema de Federico García Lorca


Diz a tarde: “Tenho sede de sombra!”
Diz a lua: “Eu, sede de luzeiros.”
A fonte cristalina pede lábios
e suspira o vento.
Eu tenho sede de aromas e de sorrisos,
sede de cantares novos
sem luas e sem lírios,
e sem amores mortos.
Um cantar de manhã que estremeça
os remansos quietos
do porvir. E encha de esperança
suas ondas e seus lodaçais.
Um cantar luminoso e repousado
cheio de pensamento,
virginal de tristezas e de angústias
e virginal de sonhos.
Cantar sem carne lírica que encha
de risos o silêncio
(um bando de pombas cegas
lançadas ao mistério).
Cantar que vá à alma das coisas
e à alma dos ventos
e que descanse por fim na alegria
do coração eterno.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Talvez você só precise se desvincular.

Poema de Rennan Sama


Talvez você só precise se desvincular. Abrir mão, abrir já. Dizer não, tomar chá. Você não precisa de livros Você não precisa de amigos. Você precisa se amar. Chegar no espelho e se olhar. Olhar de verdade, no fundo da pupila. Com olhar de quem sabe ver Uma estrela que brilha. Já parou pra pensar em todas as coisas dentro de ti? Todas as coisas que existem aí? As temporadas, os episódios? O amor, o ódio? O infinito O flash back, O divino O estresse O riso que mexe contigo O rio da tristeza que desce Pro rio da correnteza Que segue pro oceano da superação. Você é raio É trovão. Você é profundo, Um universo Um abismo de assuntos. Neuroses, estresses, Coisas que só você conhece. Você é tão vasto, Um inevitável pleonasmo. Você é fogo que queima. Fogo que arde. Você é criança que teima. Um coração que se parte. Você não é rima é poema, Mas pode ser poesia, Depende do dia Depende do tema. Você tem que aprender a se amar, Aprender a se acalmar, Vê se toma um chá. Vê se toma um ar. Você é único. Você é única. Tem que aprender se ver, Tem que aprender a se olhar. S ua vida é um filme passando Vê se não fica esperando. Esse tempo acabar.