sexta-feira, 27 de maio de 2016

Sem Título I

Poema de Maria Samara



Não me toque
Já não há corpo
Parti sem corpo
Liberto um resto de voz 
Ecos e ecos da ferida cravada pelo punhal imundo dos homens
sujos, nefastos.
O peito oprimido pelo gemido da dor
Pedaços de papel manchados pela seiva da existência
O sangue escorre nos interstícios desses minutos de morte
A perder os números que não cabem nos dedos
Do mesmo sangue que escorre agora da boca dos homens malditos
Desta ferida não brota flor
São tumores – o óbito dos órgãos;
jogados à sujidade do esfacelamento humano- cruéis.
‘falo’ de morte-barbárie-bestialidade dos “homens crucificados”
Subordinadores! Não passarão!
São tempos de rasgar os papéis
instaurar caos!
Se um homem também chora,
A mulher grita!

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