sexta-feira, 10 de junho de 2016

Miragens de Canaviais

Poema de Flora Regina



Miro a cana doce
Uma vaga lembrança ecoa
Em cantos míticos louvados
Palmeiras nascem
Regam o meu corpo

Frutos amargos
Quebrados no silêncio onírico
Acolhe em sentimentos retalhados
Quilombos
Meus pés
Eu
Ocultados nos meus pensamentos

Séculos de chumbo
A Carne desfalece
Rouca voz emerge
Sem saber o por que?

Arrancados
Amordaçados
Navalhas de ticum sangras sem doer
O meu corpo já foi vendido
Em anonimato.


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