sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Sem Título V

Poema de Jean Silveira


a tarde também é um abacaxi
dividido em sete pedaços de Valerie a Týden Divů.
opeté e pipocas sob os olhos de um pássaro 
entre as pontas hasteadas de um ferro 
no canto da sala
suicidas montam andaimes para a construção do devaneio.
um gnomo revela que uma das pernas da mulher
anoitecida na rede de descanso
está do lado de fora da minha cabeça.
assistiremos as peripécias de Pierrô, o palhaço
logo depois do nosso banho na Cascata de Miró, meu amor.
Britto também guarda um inseto que insiste
em se arremeter impávido contra o real da vidraça.
sou um trombadinha jogando água
e passando flanela no para-brisas limpo de um celta
que não dorme atrás da Sudene.

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