segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Sem Título I

Soneto de Guilherme Delgado


Vez para tão só viver este amor.
Que não ouçam-me os acontecimentos.
O tempo é templo, molda. Desconsolo
Corrê-lo, se tudo é renascimento.
Também o aceno de que tudo é vivo
E não mais que uma sirene na tarde.
Também essa paz, acidente lírico,
Que tão logo me educa, invade. Sabe,
Quando uma vírgula quer dizer muito,
Contemplamos mais o conhecimento.
Ama quem não vê no amor seus absurdos.
Não cabe ter com ele outro momento.
Acho que é isso, não sei de mais nada.
Sei que o amor não é só isso. Palavra.

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