sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Corda Bamba

Poema de Jean Silveira


no poder da possibilidade
de ir do meu ponto
à ponta d'outro
 pico
lá na picuinha
caminho
com uma confusa calma
calo e não me calo enquanto calejo
ou quando cresce um caduco calor contínuo
que corta e corrói até o couro
de quem acorda como o acorde de uma corda
que desencurva curva e encurva a coluna
continuo o curso
no meio do percurso
não passo do mesmo compasso
penso e não penso no impulso
que pode e não pode parar a percussão
e/ou até expulsar o pulsar do pulso

paro
reggaemente
me rego
reflito na reflexão 
que reflete 
a relação e a razão
de uma reação
reacionária realidade regente:
reajo
forçosamente dou força
pra força que me faz fazer
o fato do formoso feito
que faço com fé funcionar e

me equilibro
dou continuidade devagar
a desconstrução
da doida e dúbia 

dádiva de uma vida
que domina e dá dó, dor, dedo
doce delírio doses de drink descaso e descanso.

avanço
sem saber se chego a ser
sabendo que já está certo
que o que sou o que somos
e o que supostamente seremos
serão socados no mesmo saco
que será sacudido e subtraído
com um sopro que suprimirá
o ser para sempre


viva

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