sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Solar

Poema de Cássio Loko



Vejo as ruas vermelhas,
barulhentas,
agoniadas.
Da lentidão dos carros à força dos 
ônibus,
de todo o nosso stress sob e sobre a
pele:
o cheiro de suor do metrô,

o prato,

a cama.

Isso nos move,
nos movemos assim.
Semblante de pressa,

preocupação,

vazio.

Nas paradas e estações me vejo em
outros rostos,
nessas tantas expressões, nessas tantas
vontades.

Gritar,

chorar,

correr,

SAIR.

Impacientemente nossos passos fazem
essa estrada sem rumo,

apressada,

não governada por nós,
e levamos assim,
vivendo sem pensar, pensando em 
viver.
Televisão,
internet,
vaidade.

Meios...

meios sorrisos de meia boca,

meios sentimentos,

meias verdades.

A alma seca é levada, embriagada,
pela esmola da carne sufocada,

presa,

nesse corpo de compromissos.



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