Poema de Cássio Loko
Vejo as ruas vermelhas,
barulhentas,
agoniadas.
Da lentidão dos carros à força dos
ônibus,
de todo o nosso stress sob e sobre a
pele:
o cheiro de suor do metrô,
o prato,
a cama.
Isso nos move,
nos movemos assim.
Semblante de pressa,
preocupação,
vazio.
Nas paradas e estações me vejo em
outros rostos,
nessas tantas expressões, nessas tantas
vontades.
Gritar,
chorar,
correr,
SAIR.
Impacientemente nossos passos fazem
essa estrada sem rumo,
apressada,
não governada por nós,
e levamos assim,
vivendo sem pensar, pensando em
viver.
Televisão,
internet,
vaidade.
Meios...
meios sorrisos de meia boca,
meios sentimentos,
meias verdades.
A alma seca é levada, embriagada,
pela esmola da carne sufocada,
presa,
nesse corpo de compromissos.
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