quarta-feira, 20 de abril de 2016

Sem Título II

Poema de Jean Silveira


A noite seguia despreocupada
exalando o seu ar frio no terminal
enquanto eu, na fila, me preocupava
com o meu projeto de ser normal.


Eu queria ter a verve da ambulante
como um dos detalhes do meu perfil
e como vista de frente, o semblante
de operário da construção civil;

no entanto, como planta de interior,
queria saber de versos marginais
pra dizer a todos no condutor
que o povo tem poderes colossais

e que as pessoas normais as quais circundo
possuem forças pra transformar o mundo.

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