Poema de Luna Vitrolira.
o amor é feito bala perdida
que acerta um desavisado
que acerta um desavisado
ao cruzar a rua
ao dobrar a esquina
ao dobrar a esquina
às vezes vem num soco
às vezes vem num grito
às vezes vem num grito
o amor às vezes é isso
uma panela de água fervendo
no rosto de alguém querido
no rosto de alguém querido
às vezes esmola
às vezes migalha
às vezes migalha
que se devolve com um tiro
ou acaba em facada
ou acaba em facada
o amor tem medo da vida
uma hora eleva
na outra arrasta
na outra arrasta
desconfia da sorte
tem medo da falta
tem medo da falta
o amor corresponde à entrega
com uma rasteira e às vezes mata
de tirania
de asfixia
de ciúme
de raiva
com uma rasteira e às vezes mata
de tirania
de asfixia
de ciúme
de raiva
como alguém que se alimenta
e de repente engasga
e de repente engasga
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